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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Ana Paula foi o maior trunfo e a maior ruína do BBB16



Eu não acompanhava com prazer o Big Brother Brasil desde a edição histórica de 2010. Depois disso, o programa não teve mais graça para essa pessoa que vos escreve. De lá pra cá, me contentei apenas a dar aquela rápida espiadinha para ver o que os brothers faziam na casa, mas sem muita animação.

Até que veio a décima sexta edição do reality. Se nas edições anteriores priorizava-se peitos, bundas, músculos e a beleza dos participantes (o que acabou gerando certo cansaço), desta vez, o padrão foi quebrado por completo. Claro que teve os sarados e as belas, como ocorre sempre, mas desta vez havia um time bem mais heterogêneo, com idades diversas e um bom potencial para barracos.

O principal objetivo do programa (o confronto de gerações), porém, não aconteceu, haja vista que a casa findou dividida na rivalidade entre dois grupos: inicialmente, homens vs mulheres; nas semanas seguintes, passou a ser o Esquadrão da Meditação (Daniel, Laércio, Tamiel, Juliana, Adélia e Renan) contra a Quadrilha Suicida (Ana Paula, Ronan, Munik e Geralda), com a Facção Sabonete (Matheus e Cacau) escorregando para os dois grupos a todo momento. Vale destacar que a rivalidade entre os grupos ocorreu de forma espontânea, sem a necessidade da produção interferir com provas e situações para provocar brigas. As inimizades e alianças surgiram rapidamente e deixaram a competição bem mais interessante, tensa e movimentada, proporcionando bons momentos.

Pronto. Ganhamos uma das melhores edições de todos os tempos. Certo? Errado. O que ganhamos foi uma das melhores participantes de todos os tempos. Daqui a alguns anos, quando a gente olhar para trás e fizer uma análise do BBB16, veremos que ele se resumiu a uma única participante: Ana Paula. Na verdade, nem precisa de tanto tempo pra isso. Agora mesmo já dá para chegar a essa conclusão.


O BBB16 foi mesmo dividido em antes e depois da Ana, que conseguiu mexer com o programa e, principalmente, com o público de uma maneira tão fascinante que há muito tempo não se via um participante fazer no reality. Tanto é que ela continuou a dar as cartas no jogo mesmo aqui do lado de fora após ser expulsa. E a conclusão disso é que Ana Paula estragou o programa. Deixou os telespectadores mal-acostumados, achando que estavam vendo uma temporada sensacional, mas que se resumiu apenas à presença magnânima de Ana. Assim, quando ela saiu, acabou o interesse das pessoas, a casa virou um marasmo e a audiência caiu significativamente. Tudo isso foi positivo para Ana, mas ruim para o programa, que chegou ao fim agonizando após a "morte" da sua protagonista.

A busca por uma "nova" Ana Paula pode ser perigosa para o BBB. A chance de forçar a barra para ter alguém como ela é grande, o que pode gerar situações até um pouco arquitetadas pela produção do reality. Ana deixou uma marca no programa e será difícil de apagá-la ou superá-la. É um problema.

De qualquer forma, considero o BBB16 o melhor (ou o menos pior) desde o BBB10. Não conseguiu superá-lo justamente por ter sido refém de uma única personagem, enquanto no BBB10 tivemos vários perfis polêmicos e interessantes. É verdade que Dourado foi o grande protagonista da décima edição. Todas as principais tramas giravam ao seu redor e, assim como Ana Paula, ele não tinha um antagonista à altura. Mas os coadjuvantes (Lia, Dicesar, Eliéser, Anamara, Elenita, entre outros) tinham brilho e destaque próprio, ajudando a tocar a história e não deixá-la monótona nunca.


Uma das grandes reclamações que li a respeito do BBB16 foi que o programa foi cheio de maus exemplos para a sociedade. Seres humanos lamentáveis! Atitudes deploráveis! Artimanhas! Intrigas! Picuinhas! Pois onde alguns enxergaram problemas, eu vi um excelente entretenimento para se assistir no conforto do nosso lar. O fato de não termos tido um "campeão moral", um "salvador da pátria", foi o ponto alto da edição e só fez bem para quem assistiu torcendo pelo espetáculo. Tivemos personagens com atitudes tão questionáveis quanto divertidas. E é sempre melhor assim.

A questão foi a distorção ou a mudança de percepção de bem e mal que realizou o público desta última edição, onde mocinhos e vilões se confundiram em seus papéis clássicos. Ana Paula foi a heroína torta que teve seus desequilíbrios emocionais serem coroados por seu carisma esfuziante. Os pretensos heróis da moral e dos bons costumes não enganam mais. Quem formou casalzinho não convenceu. Os clichês caíram por terra. O que vimos foram pessoas comuns, que erram, acertam, mentem, amam, fofocam, perdoam... Que nas próximas edições, o programa continue fugindo dessa disputa entre o bem e o mal, sem ser um mosaico de vícios e virtudes. Para o bem do entretenimento.

MINHA NOTA: 8. QUE NOTA VOCÊ DÁ PARA O BBB16?



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