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domingo, 17 de abril de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (10 à 16/04)




  O MELHOR DA SEMANA  



Encontro de Candinho e Anastácia


Não há como negar que Walcyr Carrasco entende do riscado dramatúrgico como ninguém. Lembram quando Félix (Mateus Solano) foi desmascarado em Amor A Vida? E quando Carolina (Drica Moraes) descobriu o caso de Angel (Camila Queiroz) e Alex (Rodrigo Lombardi) e flagrou os dois na cama, em Verdades Secretas? Ou quando Bianca (Isabelle Drummond) desmascara Denis (Marcos Pasquim) ao revelar, no dia de sua exposição, que o pintor é um farsante e que o macaco Xico era o verdadeiro autor das telas, em Caras & Bocas? Foram momentos épicos, muito aguardados pelo público, e de grande repercussão, entre muitos outros nas novelas do autor. Walcyr, sempre com boas cartas na manga, é muito habilidoso na arte de prender o público em frente a TV, preparando o terreno nas suas histórias até o seu clímax (o ponto alto de tensão do drama). Novela é, antes de tudo, entretenimento e as suas novelas sempre entretém quem assiste e gera algum burburinho (para o bem ou para o mal).


Com Eta Mundo Bom, não é diferente. Nesta semana, a trama alcançou 32.4 pontos de média no Ibope da Grande São Paulo. Foi a maior audiência da TV brasileira do dia e o melhor resultado de uma novela das seis desde 2010. Em tempos em que o horário nobre pena para chegar na casa dos trinta, uma novela das seis conseguir essa marca é um feito extremamente admirável (e raro).

O momento em questão se deu com Ernesto (Eriberto Leão), que se passava por Candinho, sendo desmascarado em pleno altar, e o encontro do verdadeiro Candinho (Sergio Guizé) com Anastácia (Eliane Giardini) após tantos anos. Foi um capítulo excelente. O encontro de mãe e filho que não se conheciam foi lindo, tocante e muito bem interpretado por Guizé e Giardini. Fiquei encantado.

Walcyr Carrasco já deu um desfecho para a sua principal trama (a busca da mãe pelo filho perdido). O autor queimou seu principal cartucho. Parecia até um desfecho. Estamos chegando no capítulo 80 e, pelo que já foi informado, iremos até depois de agosto. Ou seja, Eta Mundo Bom não está nem na metade. Imagino que o autor tenha ainda MUITAS cartas na manga pela frente. Assim espero, né?

Power Couple Brasil 



O Power Couple Brasil promete fisgar o público amante de competições com subcelebridades e cheio de intrigas. Formado por oito casais que já foram famosos, o programa apresentado por Roberto Justus é um mix de game com confinamento e reúne elementos potenciais para o sucesso de uma atração. Dinâmico, competitivo e alucinante, o Power Couple Brasil mostrou logo na estreia que pode fazer sucesso. A escolha do elenco de competidores foi bem feita e reúne pessoas de diversas personalidades, o que já gerou atritos logo nos primeiros instantes do confinamento. Já vi em Simony, Laura Keller e Gretchen um bom potencial para barracos. A divisão dos quartos dos casais, cada um com características diferentes, é outro ponto positivo e que vai gerar confusão e ciumeira ao longo da atração. Discussões sobre rotinas da casa e alimentação também prometem atiçar os ânimos. Sem contar a competição em si, nos games que valem dinheiro, que renderam momentos bem divertidos. Roberto Justus se mostrou muito mais a vontade e apresentou o Power Couple Brasil com muito mais naturalidade do que fez em A Fazenda 8. A edição é ágil para dar conta de mostrar tudo o que acontece em uma semana de confinamento mais as provas, em um único dia de programa. Promete!


  O PIOR DA SEMANA  



O "novo" Coronel


Não dá para acreditar no Antonio Fagundes em Velho Chico. Ele simplesmente destruiu toda a construção do Coronel Afrânio feita brilhantemente por Rodrigo Santoro na primeira fase da novela. Virou outro personagem. Santoro nos mostrou um Coronel complicado, soturno, atormentado. Um sujeito que virou o que virou contra sua vontade. Ele era um sujeito, na juventude, ligado à contra cultura, queria viver na cidade grande e tal. Mas, por imposição de sua mãe, virou um coronel do interior da Bahia e passou a sofrer com isso. Rodrigo fez muito bem seu trabalho de nos mostrar o conflito interno do personagem. Aí vem o Fagundes e detona com tudo na nova fase da trama.


O "novo" Coronel virou simplesmente um grosseirão, um bonachão. Uma espécie de Juvenal Antena (interpretado pelo mesmo Fagundes em Duas Caras) muito piorado. Veja bem: no fim da primeira fase de Velho Chico, a história já havia percorrido mais ou menos uns vinte anos. Ou seja, o Coronel já não era um jovenzinho, já era um homem maduro e sabíamos bem como ele era. Ele continuava sendo um cara complicado e perturbado pelo que sua vida se transformou. Na fase atual, mais vinte anos se passaram e simplesmente não dá para alguém mudar desse tanto. Não dá para virar outra pessoa. O que Fagundes faz é esquecer o que Santoro fez e interpretar do jeito que ele acha que deve ser, meio que no piloto automático. Esse é o mesmo personagem que ele já fez várias vezes em outras novelas do Benedito. A voz do seu Coronel é a mesma que ele fazia, por exemplo, em O Rei do Gado. Triste.

Assim, nada faz sentido ali: a peruca tosca que usa, a pintura no cabelo, o jeito todo espalhafatoso, o figurino ridículo e exagerado... Nada lembra o Coronel do passado. Embora faça sentido o personagem ter perdido a leveza da juventude e adquirido segurança, há uma disparidade gigantesca entre as duas fases. Ele até poderia ter uma ou outra destas características atuais, mas não ter nada do que foi é inadmissível. São divergências constrangedoras, mas que podem ser suavizadas com ajustes.

Na boa, esta nova fase de Velho Chico começou muito mal e colocou por água abaixo o excelente trabalho dos atores do começo da trama (leia: O Melhor e o Pior da Primeira Fase de Velho Chico). E Fagundes não é o único. Não sei vocês, mas toda vez que vejo a Camila Pitanga em cena fico esperando a todo momento ela começar a latir que nem um cachorro louco querendo justiça pela morte do pai, acusando alguém sem provas ou armando um barraco por qualquer coisinha. Ainda tem algo da insuportável Regina de Babilônia na Maria Tereza. O mesmo vale para Christiane Torloni, que transformou Iolanda numa perua, daquelas que a atriz sempre interpreta na TV. Detonou com o que Carol Castro mostrou (divinamente) com a personagem na fase inicial. Realmente, uma pena.

Volta de Sofia é surreal e suas maldades não convencem


Eliza se afoga e Sofia finge desmaio (Foto: Inácio Moraes/Gshow)

Há algum tempo atrás, Totalmente Demais era refém do concurso Garota Totalmente Demais. Agora, desde a semana passada, a trama achou outra dependência: Sofia (Priscila Steinman), a filha psicopata de Germano e Lili que retornou "do mundo dos mortos" após forjar a própria morte. A diferença é que o concurso, apesar das provas de cada etapa terem sido entediantes (leia aqui), foi essencial, pois serviu para mostrar a trajetória e a evolução da mocinha Eliza (Marina Ruy Barbosa). Já essa volta da Sofia, mesmo deixando a trama bem movimentada, é completamente desnecessária e inverosímel.

A novela das sete é tão realista que essa trama foi um tiro no pé. Na ausência de um grande vilão para atazanar a vida de Eliza, já que Dino (Paulo Rocha) tomou um chá de sumiço e Carolina (Juliana Paes) seguiu os mesmos passos que a Atena de A Regra do Jogo, os autores deram para Sofia essa função (pelo menos, temporariamente) afim de não deixar que a trama caia no esgotamento. O problema é que nada ali faz sentido, desde o fato dela decidir fingir que morreu logo após sofrer um acidente de carro, colocando um outro corpo em seu lugar, e essa vingança obsessiva contra Eliza e toda família. Não é só cometer maldades. Um vilão precisa ser convincente. E, diferente de Dino e Carolina, essa Sofia é uma antagonista totalmente sem motivação para cometer maldades. E vamos combinar também que essa Priscila Steinman tá bem fraquinha no papel, né? Nos instantes em que a filha de Lili dissimula ser bondosa e desmemoriada para a família, então, aí mesmo que a atriz atinge doses altíssimas de canastrice. Sem falar que a trama deu um ar sombrio a uma história tão solar e alegre.

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